segunda-feira, 9 de maio de 2011

parando na estação...

Sei que o blog andou meio abandonado. Podia dizer, "ainda não peguei o ritmo" mas a verdade é que é insegurança mesmo.

Medo de falar besteira, sei lá.

Decidi que vou escrever sim, mesmo que seja para escrever errado.

É um blog né, é uma coisa pessoal.


Hoje por acaso, entrei em um blog de uma mulher que o filho é alérgico. Uma história parecida com a do meu pequeno, no começo. Mas a diferença é que um diagnóstico tardio transformou a alergia do menino dela em uma alergia múltipla, que foi gerando um monte de outros problemas, alergias a um monte de outras coisas. Lembro das nutricionistas falarem desse risco.

Enquanto eu lia, senti um frio no estômago lembrando do tempo do tratamento e de todo o medo e incerteza, das cobranças das pessoas, da incompreensão do problema. Infelizmente, muita gente acha que alergia é frescura.

Fico pensando em como minha decisão pela amamentação exclusiva e a teimosia da dr.Eduardina em descobrir o problema do pequeno mudaram a história dele, impediram que o problema fosse muito pior e permitiram que hoje ele não tenha nenhuma sequela daquilo tudo.

Já fazem quatro anos. Tudo aquilo virou passado. As idas primeiro semanais e depois quinzenais até o ambulatório de nutrição da Fundação, o anotar de tudo que ele ingeria, o sofrimento por não poder comer nada - aquela Páscoa inesquecível, comigo chorando de raiva dentro do banheiro porque minha tia, de propósito, fez tudo que era possível usando leite por não acreditar na alergia, me deixando de prato vazio. O pavor da balança quando dez gramas de ganho de peso eram comemoradas. As dezenas de exames. A introdução ao leite feita na porta de uma UTI.

Ler aquele blog me fez lembrar de tudo isso. Ao mesmo tempo, me deu uma paz tão grande, de saber que conseguimos sobreviver a aquilo tudo. Que nossa teimosia deu resultado. Que o uiverso conspirou para que eu fosse uma loba feminista e louca empedernida, e que desde o começo quisesse uma maternidade fora do que me era imposto pela mídia, com um companheiro que abraçou a causa e se tornou ele mesmo um militante por uma maternidade e paternidade mais naturais.

Meu menino agora vive outras aventuras. Como ser um cara tão sensível em um mundo tão duro. Semana passada, a professora dele esqueceu de colar no caderno de recados do pequeno o bilhete pedindo o material que seria usado para uma lembrança de dia das mães. Ele foi o único sem fazer a atividade naquele dia, graças ao ato de irresponsabilidade dela. Chegou mudo em casa, e a noite teve febre e vômito. Levou o material no dia seguinte, fez a atividade e ficou bem. Quem ia imaginar que algo assim ia afetar ele em um nível físico?

Mas olho para ele e fico orgulhosa de tudo que passamos juntos, de tudo que superamos juntos. Acho que somando tudo, nós três fazemos um grande time.

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